Sou um admirador de Renato Cariani há muito tempo.
Sua trajetória profissional no campo empresarial e desportivo sempre foi digna de encômios.
Sou um Advogado e essa admiração só vai encontrar seu cobro caso se quebre a presunção de inocência com uma eventual condenação criminal.
Não posso deixar de constatar, contudo, que Cariani está sendo vítima de sua própria força mental. Uma força mental que foi construída à custa de muita disciplina e muitas dores para se atingir o corpo perfeito. Acredito que as conquistas de Cariani lhe conferiram um "mindfulness" poderoso. Ele me passa a impressão de que acha que pode superar qualquer problema do seu mundo com essa capacidade inesgotável de produção de determinação e superação.
Ele erra, a meu ver, ao expor sua investigação e suas impressões a respeito nas redes sociais.
O processo penal é analógico. A alma humana o conforma e faz com que engendre os mais surpreendentes e imprevisíveis resultados.
A lógica e o ambiente cibernéticos em nada o influenciam.
Alguém precisa dizer a Cariani o que é crime omissivo impróprio.
O momento é de imersão e enfrentar o problema com inteligência estratégica e poder de persuasão imanente à realidade judiciária.
E essa realidade judiciária se desdobra num palco que Cariani não domina.
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